Nos dias 13, 14 e 15 de novembro, a Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (BAP), com sede na capital paulista, reuniu mais de 100 Irmãs Salesianas (Filhas de Maria Auxiliadora – FMA) para a Assembleia anual, que aconteceu nas dependências do Colégio de Santa Inês, em São Paulo (SP).
O tema da Assembleia – FMA, Missionária de Esperança – trouxe muita vibração entre as participantes, promoveu encontros, diálogos, momentos celebrativos e a tradicional “Festa da Gratidão”.
Vindas dos cinco estados que compõem a BAP (SP – MS – PR – SC – RS), as participantes, além dos momentos comuns, também se encontraram em comunidades, vivenciando o estilo sinodal proposto pela Igreja e também pelo Instituto das FMA.
Avaliação Trienal e Jubileus
No primeiro dia, os trabalhos foram abertos por Irmã Alaíde Deretti, Inspetora da BAP, que classificou a Assembleia como «momento singular de encontro, escuta e discernimento» e orientou as Irmãs no sentido de que «cada palavra pronunciada, o diálogo nas pequenas comunidades e possíveis decisões sejam marcadas pela fé que nos anima e pela paixão missionária que Dom Bosco e Madre Mazzarello nos deixaram como legado».
Em seguida, houve a oração de abertura homenageando as Irmãs Jubilandas que comemoram 80, 70, 65, 60, 50 e 25 anos de Profissão Religiosa. Com mensagens profundas, a Assembleia agradeceu o sim de 26 FMA, rezando e ouvindo os sinos de Mornese, berço do Instituto FMA.
Na sequência, as Irmãs Ivone Ranghetti e Marcia Koffermann compartilharam a experiência e a síntese final da Avaliação Trienal que aconteceu em fins de agosto, no Paraguai. Também Irmã Alaíde apresentou uma das conferências de Madre Chiara Cazzuola, Superiora Geral do Instituto FMA, cujo tema era: Pelo futuro do Carisma.
Prosseguindo na programação, a Inspetora ainda compartilhou com a Assembleia a experiência de participar da Canonização de Irmã Maria Troncatti, acontecida em Roma, no dia 19 de outubro próximo passado.
Na parte da tarde, as Irmãs se reuniram em comunidades para dialogar e decidir sobre os processos que precisam ser assumidos e fortalecidos em nível de Inspetoria, a partir da Avaliação Trienal.
E como o dia era também de comemorações, no café da tarde aconteceu a celebração Ecos de Esperança e Fidelidade, que teve como objetivo central homenagear as Irmãs Jubilandas. Em seguida, as Irmãs visitaram a tradicional Sala dos Presentes, na qual as comunidades compartilham dons e talentos para expressar seus agradecimentos à Inspetora. Neste ano, o momento foi marcado pela visita surpresa de Nossa Senhora Aparecida, que deu sua mensagem às Irmãs e entregou uma chave para a Inspetora, convidando-a a abrir da “sala das coisinhas”.
Momento culminante do dia foi a Celebração Eucarística presidida pelo Salesiano Padre Alexandre Luís de Oliveira, Inspetor da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora, de São Paulo. Na Celebração, transmitida pelo Canal da BAP no YouTube, Padre Alexandre ressaltou sua alegria de estar entre as irmãs e disse que a vida consagrada das irmãs se mistura à sua. Referindo-se às leituras bíblicas que foram proclamadas, salientou que «a vida de cada uma de vocês é um eco desta profecia de Deus. Sim, Senhor, tu estás comigo. O Senhor me sustentou, amou-me, carregou-me». «Não bastam os passos iniciais, é preciso constância, fidelidade, perseverança, é necessário permanecer! […] Não basta amar, é preciso permanecer no amor.» (Homilia completa aqui).
Durante a Celebração, as Jubilandas renovaram seus votos e, ao final da Eucaristia, a Assembleia recebeu a bênção de Maria Auxiliadora com a aspersão da água benta, enquanto cantava o Hino do Instituto FMA: Oh qual sorte!
Análise de Conjuntura e Profetismo da Vida Religiosa
O segundo dia da Assembleia contou com dois momentos muito especiais. O primeiro foi marcado pela presença de Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo da Diocese de Santos (SP).
Dom Joaquim desenvolveu o tema Vida Religiosa Consagrada, Sentinela de Esperança em Tempos de Travessia: Travessia do “Tesarac”.
Em sua fala, o bispo de Santos apresentou a ideia de “Tesarac” como uma mudança profunda e acelerada que ocorre em um momento de transição, quando o mundo antigo já não existe e o novo ainda não se estabeleceu completamente. É um termo que descreve a sensação de desorientação e a perda de referência durante esse período de transformação, especialmente na era digital, em que a velocidade das inovações tecnológicas causa grande impacto na sociedade. Essa palavra pode ser aplicada à vida religiosa e à Igreja.
O tema apresentado por Dom Joaquim – uma análise da situação sociopolítica-eclesial – foi dividido em quatro pontos centrais: o tradicionalismo de hoje, a conjuntura sociopolítica e eclesial em Tesarac, a guerra cultural em curso e a Igreja sinodal.
Na parte da tarde, as Irmãs se encontraram novamente em comunidades, para dialogar sobre três perguntas deixadas por Dom Joaquim, que foram levadas ao plenário onde aconteceu novo diálogo e interações muito significativas entre as participantes.
No momento das ressonâncias, uma ideia trazida pelas comunidades que bem sintetiza a fala de Dom Joaquim foi: «Devemos combater a desigualdade e alimentar a diferença», e também a frase de Santo Agostinho: «Nas coisas necessárias, a unidade; nas dúvidas, a liberdade; em todas, a caridade».
Os trabalhos foram concluídos com a Celebração Eucarística cujo motivo principal era a ação de graças pela vida da BAP e pelo serviço-missão de Irmã Alaíde. A missa foi presidida pelo Salesiano, Padre Maurício Miranda, Vice-Inspetor da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora, de São Paulo.
No final da Eucaristia, as Irmãs – ao som do Hino do Jubileu da Esperança – e com velas em suas mãos formaram uma fila para cumprimentar a Inspetora, expressando assim que cada uma, com sua pequena chama, deseja ajudá-la na missão de iluminar os caminhos da BAP.
E o dia foi concluído com festa de palco, no auditório do Colégio de Santa Inês. As comunidades, ao longo das últimas semanas, se encontram em formato online para organizar apresentações artísticas, cantos, poesias, jograis, teatros… tudo em estilo bem salesiano, que tinha por objetivo a concretização da gratidão para com Irmã Alaíde e, na reciprocidade, para com todas as comunidades educativas. Os Ecos do Magnificat foi uma bonita experiência de família e de recuperação do jeito de ser salesiano: educar com e para arte e para a gratidão!
Do sonho à Missão… Notícias de Família
O terceiro e último dia da Assembleia teve início com a Celebração Eucarística, presidida pelo Salesiano, Padre Justo Piccinini, pároco da igreja Nossa Senhora Auxiliadora, do bairro Bom Retiro (SP).
Em seguida, foi apresentada a síntese dos trabalhos realizados no dia anterior pelas comunidades: a resposta às perguntas deixadas por Dom Joaquim Mol.
Para completar o tema da Assembleia – FMA, Missionária de Esperança – Irmã Alaíde Deretti apresentou uma reflexão intitulada: Do sonho à Missão – Missio Dei, Missio Ecclesiae. A reflexão contribui para incrementar a preparação ao sesquicentenário da primeira Expedição Missionária do Instituto FMA (1877 – 2027). Recentemente chegaram em São Paulo duas neomissionárias, enviadas pela Madre Geral, que vão permanecer na BAP como membros da mesma. São elas: Irmã Thi Hong Loan Tran (Maria Goretti), do Vietnã, e Irmã Seon Mi Pak (Veronica), da Coreia.
Na parte da tarde, as Irmãs se encontraram novamente no Auditório do Colégio de Santa Inês para receberem algumas comunicações, entre estas, o itinerário da visita da Madre Geral, prevista para o mês de março de 2026.
A Assembleia foi encerrada com as palavras de Irmã Alaíde Deretti e, em seguida, a Celebração de Envio. Em sua conclusão, a Inspetora desafiou as Irmãs a saírem da Assembleia comprometidas «a transformar palavras em ações concretas no cotidiano da própria realidade comunitária, acolhendo a força do espírito salesiano a fim de transmiti-lo, especialmente às e aos jovens, que aguardam esperança e testemunho de vida», porque é «hora de não apenas refletir, mas de agir com coragem e determinação».



























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