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A Santidade de Madre Mazzarello

A santidade na Bíblia, mais do que um atributo divino entre outros, é a forma especifica do ser de Deus,a sua natureza. Só Deus é Santo, segundo a Bíblia. Separado do que não seja Ele mesmo, revela sua alteridade radical e uma magnificência estupenda: “Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, diz Naamã depois de ser curado pelo profeta.
Participam da santidade de Deus, coisas, lugares e tempos e pessoas que foram separadas para o seu serviço. É santo tudo que lhe pertence, por escolha d´Ele ou por livre consagração.
Naqueles que são de Deus, a santidade é qualidade moral e pode ser projeto de vida; é consequência de sua pertença a Deus. Separado por Deus, por Ele consagrado, deve viver separado para Deus, consagrado a Ele: “Sereis santos, porque Eu sou santo, o Senhor vosso Deus” (Lv). A santidade de Deus concedida ao homem/mulher prefixa e exige viver santamente. E isso não só para padres e religiosas, mas para todos os batizados!

A Igreja, Mestra e Pedagoga, ajuda-nos a perceber no meio das multidões pessoas separadas por Deus, que se dispuseram, não tanto com a palavra, mas com a vida, a esforçar-se para serem santas à semelhança de Deus. Entre essas pessoas “separadas por Deus”, temos Santa Maria Domingas Mazzarello.
Ela não foi uma Edith Stein pela cultura, nem uma princesa como Santa Edwiges, ou uma marquesa di Barolo, rica e influente na sociedade de Turim dos Reis, mas na pequena cidade de Mornese, no interior do Piemonte. Não iniciou um Instituto religioso com mulheres doutas ou ricas, mas com jovens simples do povo; não abriu escolas para meninas da sociedade, mas para crianças da “periferia”: às quais ensinava o catecismo e corte e costura…
Não deixou grandes obras de espiritualidade, apenas cartas cheias de riqueza da simplicidade evangélica.

Procurou realizar na sua vida o “sentido da pequenez diante de Deus”, vivendo “na simplicidade de coração”, sendo “humilde”. Diversamente do que o mundo valoriza, como diz São Paulo: os “sábios”, os “poderosos”, os “nobres”, porque Deus valoriza os “fracos”, os “desprezíveis”, aos olhos do mundo.
Os “pequenos”, como Madre Mazzarello, são os “escolhidos” por Deus, no dizer de São Paulo, para confundir os poderosos e os sábios. Os “pequenos”, os escolhidos de Deus, tornam-se, em Cristo, “e como Ele, “sabedoria, justiça e santificação”. O próprio Jesus exultou porque o “Pai escondeu essas coisas aos doutos e sábios, e revelou-os aos pequenos.”
A Mazzarello jamais foi “grande” segundo os critérios do mundo. Deus e suas Irmãs sabiam, porém, que ela possuía um coração simples, um espírito doce, uma alma transparente, uma sensibilidade misericordiosa…(P. Vecchi). Ela era assim e queria que as suas filhas espirituais e, por extensão, aqueles/as que entram em comunhão com o seu espírito fossem “humildes em todas as ações”; interessava-lhe a sinceridade e não as aparências: digam às postulantes (dizia numa carta às diretoras) que não pensem somente em vestir-se com o hábito negro, mas (revestir-se) de todas as virtudes necessárias: espírito de mortificação, de humildade, de desapego de tudo o que não seja Deus.

Quando Jesus apresenta aso discípulos as bem-aventuranças tem em mente o modo de escolher Deus e libertar-se do resto (como o lema da Família Salesiana: Dai-me as almas e ficai com o resto), ou seja, buscar antes de tudo o Reino de Deus, ter o coração orientado para Deus. Modo não fácil, mas insubstituível.
A Santa escreveu numa carta que para chegar à santidade é preciso: “colocar a nossa boa vontade; que ela seja verdadeira, resoluta, enquanto Jesus fará o resto”. E recomenda agir “para agradar somente a Jesus.

Ela repetia com frequência às Diretoras: “mantende alegres todas as Irmãs”. E “para viver alegre é preciso caminhar com simplicidade, não buscar satisfação nas criaturas, nem nas coisas deste mundo. Pensai somente em realizar bem as vossas obrigações por amor a Jesus; Ele fará o resto”
O Papa Francisco (16 de agosto de 2017) refletia sobre: “as grandes coisas que o Senhor fez com as pessoas humildes, as grandes coisas que o Senhor faz no mundo com os humildes, porque a humildade é como um vazio que dá lugar a Deus. O humilde é poderoso, porque é humilde, não porque é forte. E esta é a grandeza do humilde e da humildade.
Essa é a simplicidade evangélica vivida pela nossa Santa. Esse é o espírito que impregna a vida do Instituto fundado por ela e deveria impregnar a vida dos seus colaboradores. Maria Mazzarello ensine a todos nós a viver assim, que é justamente o que Jesus nos pede: ser como “crianças” diante d´Ele e dos outros: simples, transparentes, verdadeiros na caridade, caridosos na convivência. Porque só assim herdaremos o Reino dos Céus.

 

Por Pe. José Antenor Velho

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